1 - Formadora de radicais livres
A Carne vermelha faz mal porque é rica em gorduras saturadas, que são as
gorduras sólidas, especialmente suscetíveis ao ataque dos radicais
livres. As carnes vermelhas são, portanto, alimentos pró-oxidantes.
O maior
problema da carne vermelha é que, além de gorduras, ela possui muito
ferro. Este mineral, ingerido junto com gorduras, que aumentam a
secreção da bile, torna-se uma bomba para o organismo. Os ácidos
biliares solubilizam o ferro, que se torna reativo e começa a formar
vários radicais livres. Aliás, o ferro forma o mais perigoso dos
radicais livres, o radical hidroxila.
Hoje se sabe
que o excesso de ferro pode causar doenças neurodegenerativas, por
causa da formação de radicais livres. Por este motivo, não se recomenda
mais esse mineral como rotina para fortificar as pessoas, a não ser em
casos de anemia. Principalmente para os idosos, que naturalmente formam
mais radicais livres, ferro em excesso pode ser muito perigoso.
É por isso
que os vegetarianos têm muito menos câncer de intestino do que os
não-vegetarianos: o ferro que eles consomem em grande quantidade nas
verduras e grãos nunca participa da formação de radicais livres
perigosos, pois não se combina com a gordura da carne vermelha.
Assim, para
quem não pensa mesmo em se tornar vegetariano, basta comer o bife ou
churrasco do domingo acompanhados de verduras e legumes, alimentos que
contêm substâncias altamente poderosas no combate aos radicais livres.
2 - O mito da proteína completa
A idéia de que a carne e os derivados do leite são indispensáveis para
conseguir os aminoácidos necessários à construção protéica é um dos
maiores equívocos da nutrição clínica.
As proteínas
são compostas de aminoácidos, 12 dos quais produzidos pelo corpo
humano. Outros, conhecidos como aminoácidos essenciais, precisam ser
obtidos através da alimentação.
A maioria
dos alimentos de origem animal, como a carne e os laticínios, contém
todos os oito aminoácidos essenciais e por essa razão foram considerados
fontes de proteínas completas. Isso é uma distorção, porque a maioria
das proteínas dos vegetais também contém os aminoácidos essenciais. Esta
parte realmente se torna confusa. As proteínas que nós comemos, de
origem vegetal ou animal, não são usadas como tal. Elas são dissociadas
nesses aminoácidos, produzidos pelo organismo e mesmo em mais
aminoácidos, frutos da dissociação metabólica das proteínas dos tecidos -
um processo conhecido como catabolismo.
Não faz a
menor diferença de onde vêm esses aminoácidos, de fonte animal ou
vegetal. Em linhas gerais, qualquer variedade de vegetais fornece
quantidades adequadas de aminoácidos essenciais. Não haverá deficiência
protéica numa dieta vegetariana, desde que se consuma calorias
suficientes. O que realmente faz diferença, entretanto, é se essas
fontes de aminoácidos são ou não excessivas - o que acontece quando sua
origem é animal. O consumo protéico dos consumidores de carne e
laticínios é excessivo, frequentemente entre 100 e 200 gramas por dia,
quando a quantidade indicada para a maioria dos adultos é de 50 a 60
gramas, fato que pode explicar uma série de desordens, como doenças
renais, cardíacas, câncer, osteoporose, artrite, hipertensão, gota,
úlcera e inúmeras outras doenças.
As carnes
não fornecem "combustível" nem energia para uso do corpo. Os
carboidratos produzem esse "combustível". A carne não tem, virtualmente,
carboidratos. Resumindo, não tem valor estimulante. As gorduras podem
fornecer energia, mas sofrem um processo digestivo mais longo e se
convertem em combustível somente quando as reservas de carboidratos do
corpo estão esgotadas. Até lá, as gorduras ficam depositadas. Além
disso, a carne não possui fibra, que é importante para evitar a prisão
de ventre e as hemorróidas.
A dieta
vegetariana proporciona maior rendimento tanto no trabalho físico como
no intelectual, além de proporcionar uma grande capacidade de
resistência à fadiga. Os grande poderes psíquicos atingidos pelo yogues
da Índia baseiam-se numa alimentação reduzida, exclusivamente
vegetariana.
3 - Vegetarianismo ou carnivorismo ?
A carne, que obtemos através do abate de animais geralmente herbívoros, é
consumida no estado que segue á rigidez cadavérica, isto é, quando
começa o processo de decomposição. Essa decomposição é produzida por
bactérias que dão origem aos bacilos da putrefação. Ao comer a carne de
animais, o homem ingere também essas toxinas,
sobrecarregando, então, seu fígado e seus rins com o trabalho de
neutralizá-las e eliminá-las. Com o passar dos anos, estes órgãos,
sobrecarregados de trabalho, enfraquecem e surgem as moléstias, que
atingem não só os rins e o fígado, mas também todo o aparelho
digestivo, as articulações, etc.
Experiências provam que o fígado dos animais carnívoros pode destruir,
relativamente, de dez a quinze vezes mais ácido úrico que o fígado do
homem. Isso explica porque os animais carnívoros podem subsistir com uma
dieta que contém tanto ácido úrico como a carne.
Um fato incontroverso em ciência é que quando os alimentos permanecem
nos intestinos por tempo suficiente para que principiem a putrefazer-se,
produzem intoxicações no organismo. Por isto, os intestinos dos animais
carnívoros são curtos e a sua digestão rápida, pois a carne putrefaz-se
três ou quatro vezes mais depressa que os
vegetais e é preciso que seja eliminada antes que produza efeitos
maléficos. Além disso, os animais carnívoros são mais susceptíveis ao
câncer que os animais herbívoros. Nos homens, também, o câncer é mais
comum entre os povos que comem carne, como os americanos e
europeus, do que entre populações que não comem carne, como os indianos.
Essas doenças são praticamente desconhecidas por pessoas que vivem nas
regiões rurais da China e do Japão, que ingerem 90% de suas proteínas de
fontes vegetais.
Podemos pois
ficar tranquilos, que numa dieta vegetariana, mesmo sem laticínios, há
quantidade suficiente de proteínas. Uma variedade razoável de vegetais,
grãos e legumes responde pelo suprimento de aminoácidos essenciais. As
proteínas vegetais completas que por sua vez contêm todos os oito
aminoácidos essenciais são encontradas nas amêndoas, nas sementes de
gergelim, de abóbora e de girassol, na soja, no trigo-mouro, nos
amendoins, no feijão, nas batatas, na cenoura, banana, couve de
bruxelas, repolho, couve-flor, milho, beringela, couve, quiabo, ervilha,
abóbora, tomate, em todas as folhas verdes e na maioria das frutas.
4 - Comparações fisiológicas
O ato de comer principia nas mãos e na boca. Os dentes humanos, da mesma
forma que os dos herbívoros, são projetados para mastigar e triturar
substâncias vegetais. Não possuem aqueles agudos dentes frontais que se
destinam a cortar carne e que são característicos dos carnívoros. Os
animais que comem carne geralmente deglutem seu
alimento sem mastigá-lo e, portanto, não necessitam de molares ou de uma
mandíbula capaz de mover-se lateralmente. Também a mão humana, sem
unhas aguçadas e com seu polegar que pode fazer oposição aos outros
dedos, é mais adequada para colher frutos e vegetais do que para
capturar uma presa. Uma vez no estômago, a carne necessita de sucos
digestivos altamente concentrados em ácido clorídrico. Os estômagos dos
seres humanos e dos herbívoros produzem menos de um vigésimo de ácidos
em relação aos carnívoros.
Outra
diferença está no trato intestinal, onde o alimento é digerido mais
ainda e os nutrientes passam para o sangue. Um pedaço de carne é parte
de um cadáver, e sua putrefação cria catabólicos venenosos dentro do
corpo. Dessa forma, a carne deveria ser eliminada rapidamente. Com esse
objetivo o intestino dos carnívoros é de apenas 3 vezes o tamanho do seu
corpo. Desde que o homem, da mesma forma que os animais que não comem
carne, possui um intestino doze vezes o tamanho do seu corpo, a carne,
em decomposição fica retida por um tempo mais longo, produzindo grande
quantidade de efeitos tóxicos indesejáveis.
CARNÍVOROS
*Têm presas.
*Sem poros cutâneos. Transpiram através da língua.
*Dentes frontais agudos para cortar. Sem dentes molares posteriores para triturar.
*Trato intestinal 3 vezes o comprimento do corpo, para eliminação imediata da carne em decomposição.
*Forte concentração de ácido clorídrico no estômago para digerir a carne.
HOMEM E HERBÍVOROS
*Não têm presas.
*Transpiram através de poros cutâneos.
*Sem dentes frontais agudos. Têm molares posteriores achatados.
*O homem tem o trato intestinal 12 vezes o comprimento do corpo, e os herbívoros de 10 a 12.
*Ácido do estômago 20 vezes menos concentrado que os carnívoros.
5 - A saúde está numa dieta sem carne.
Doenças renais - Mesmo aqueles que comem carne moderadamente necessitam
que seus rins trabalhem três vezes mais em relação aos vegetarianos. Os
rins de uma pessoa jovem podem aceitar este desafio, mas à medida que a
pessoa envelhece o risco da doença e insuficiência renal aumenta
grandemente.
Doença
Cardíaca - Os animais carnívoros podem metabolizar quantidades quase
ilimitadas de colesterol e de gorduras saturadas sem quaisquer efeitos
adversos. Por outro lado, os sêres vegetarianos têm uma capacidade muito
limitada de lidar com qualquer nível de colesterol ou de gordura
saturada. No decorrer de muitos anos, depósitos gordurosos (placas)
acumulam-se nas paredes internas das artérias, desencadeando a
arterosclerose, ou endurecimento das artérias. Uma vez que as placas
depositadas dificultam o fluxo de sangue para o coração, aumenta-se
tremendamente o potencial de ataques cardíacos, derrames e cóagulos
sanguíneos.
Câncer - O trânsito lento da digestão da carne no intestino humano está
relacionado com o câncer de cólon e câncer retal. Além do mais, sabe-se
que enquanto digerida, a carne produz metabólicos esteróides que têm
propriedades carcinogênicas (que produzem câncer).
Substâncias
químicas perigosas - Os animais são mantidos vivos e engordados através
da administração contínua de tranquilizantes, hormônios, antibióticos e
2700 outras drogas. Uma das substâncias químicas, hoje proibida, é o
dietil stilbestrol, (DES) um hormônio que favorece o crescimento, usado
nos últimos 20 anos, a despeito dos estudos que demonstraram ser ele
carcinogênico.
Outro
popular estimulante do crescimento é o conhecido veneno arsênico. O
nitrato e o nitrito de sódio, substâncias químicas usadas como
conservantes para retardar a putrefação da carne defumada e de derivados
da carne, inclusive presunto, toucinho, salame, linguiça e peixe, põem,
também, a saúde em risco. Estas substâncias químicas dão à carne uma
aparência vermelho-brilhante ao reagir com os pigmentos do sangue e do
músculo. Sem estas substâncias, a tonalidade marrom-acinzentada natural
da carne morta afastaria muitos consumidores.
Em
decorrência das condições sujas e amontoadas a que os animais são
forçados pela indústria da carne de corte, faz-se necessário o uso de
grandes quantidades de antibióticos. Mas tal uso exacerbado de
antibióticos propicia o aparecimento de bactérias resistentes aos
mesmos, as quais são transmitidas àqueles que comem carne.
Toxinas - O
trauma de ser chacinado também acrescenta os “Venenos da dor” (toxinas e
estimulantes fortíssimos) à carne. Estes juntam-se no sangue do animal
aos detritos que não foram eliminados, tais como a uréia e o ácido
úrico, contaminando ainda mais a carne consumida.
Apinhados em
condições sujas, alimentados à força e tratados com desumanidade, os
animais destinados à matança contraem muito mais doenças do que
normalmente contrairiam.
Os
matadouros comerciais assemelham-se a visões do inferno. Animais a
berrar são golpeados por açoites e malho, por choque elétrico e por
armas de concussão. Eles são, então, suspensos pelos pés e muitas vezes,
ainda, vivos, suas gargantas são furadas e a carne cortada.
Bibliografia
Cap.1:"A CHAVE DA LONGEVIDADE" de Helion Póvoa, médico ortomolecular. Editora
Objetiva.
Cap 2: "YOGA-SAÚDE E HIGIENE DO APARELHO DIGESTIVO" de Doris S. F. Cosmelli.
Cap 3: "DIETA VEGETARIANA PARA PAIS E FILHOS" do Dr. Charles R. Attwood, M.D.,
F.A.A.P., Ed MADRAS.
Caps 4 e 5: GOSTO SUPERIOR - Guia Prático do Vegetarianismo. Divisão Editorial da
Fundação Bhaktivedanta ( movimento Hare Krishna)