É difícil acreditar que, mesmo com a posse de avançadas tecnologias
de simuladores totalmente adaptadas ao uso humano, as Forças Armadas
continuam abusando e torturando milhares de animais nos Estados Unidos,
todos os anos, em nome de um suposto “treinamento” necessário aos
soldados e das pesquisas dentro das bases militares. As informações são
do Care2.
Há aproximadamente 30 anos, as Forças Armadas conceberam um plano
para conseguir 80 cachorros de abrigos de animais, amarrá-los com uma
corda e atingi-los com rifles de alta potência, para que os militares
aprendessem a lidar com lesões do campo de batalha. Após o PETA
denunciar a história para o Washington Post, o então secretário da
Defesa Caspar Weinberger, declarado amante de cães, deu um fim a esta
loucura e rapidamente a exploração de cães, gatos e primatas em
treinamentos militares foi banida, mas esta ação não protege inúmeras
outras espécies de animais, que eram e continuam sendo torturadas por
estas práticas.
Atualmente milhares de porcos e cabras são esfaqueados, alvejados,
desmembrados e mortos em treinamento pelas Forças Armadas americanas.
Segundo artigo do New York Times, um soldado em serviço descreveu o que
acontece a um porco durante um desses exercícios de treinamento. “Eles o
acertaram duas vezes no rosto com uma arma de nove milímetros, seis
vezes com uma AK-47 e então duas vezes com uma calíbre 12. Após isso ele
foi incendiado. Consegui mantê-lo vivo por 15 horas”, disse o soldado.
Em 2012, um vídeo que nunca havia sido mostrado ao público antes foi
divulgado e mostrava cabras com membros arrancados por tesouras de podar
árvores, sendo esfaqueadas por grandes bisturis que lhes causavam
lesões internas e tinham seus abdomens abertos para que retirassem seus
órgãos, tudo isso com os animais vivos, enquanto gemiam e se debatiam.
E este não é um caso isolado. Documentos internos e artigos sobre
experimentos publicados pelas Forças Armadas revelam que o exército dos
Estados Unidos testa de agentes químicos e nucleares a bombas e armas
biológicas em animais vivos.
As Forças Armadas continuam abusando de animais para treinamento e
pesquisa, apesar dos regulamentos militares que prescrevem a utilização
de “outros métodos que não o uso de animais” quando são disponíveis e
que, de fato, já estão prontos para serem utilizados. São métodos
substitutivos em forma de tecnologia de simulação, que já fazem parte
dos treinamentos das Forças Armadas de três quartos dos países da OTAN,
aliados dos Estados Unidos.
Uma nova norma federal pretende acabar com o abuso militar em
animais. O chamado “Ato de melhores práticas” denuncia a exploração
animal levada pelas Forças Armadas para simular ferimentos de batalha e
alvejar animais vivos.
O senador Ron Wyden, um dos apoiadores do Ato, disse que “hoje a
tecnologia pode prover excelentes simulações que podem representar da
melhor forma a anatomia de um soldado e mais realisticamente simular as
condições de batalha. O Departamento de Defesa deveria retirar o uso de
animais vivos em favor de tecnologias mais realísticas e humanas, que
proverão melhores treinamentos”. E que não serão palcos de horríveis
sessões de tortura e assassinato.
Animais não humanos não devem ser colocados em campos de batalha, mas
eles também são vítimas das guerras. É nossa responsabilidade lutar
contra esta violência e assegurar que a nossas instituições não se
utilizem mais destas cruéis práticas.
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